domingo, 14 de dezembro de 2008

Vou lhe contar o caminho...

A mesa branca que está ali a sua frente a seduz de um modo inevitável.Em sua mão possui um lápis que pede,quase exige para que ela escreva nessa mesa de colégio limpa e sem nenhuma manchinha. Sua mente a mil, viaja sem ouvir nenhuma palavra dita pelo professor, a única coisa que chama atenção é a mesa branca.Não conseguindo se segurar ela começa a escrever nas beras da mesa, para assim não sofrer o "puxão de orelha" de sua amiga, por rabiscar seus verso naquela branquice plana ali a frente. Mas sem perceber já tinha "rabiscado" toda sua mesa ao longo dos pensamentos rápidos que passavam por sua cabeça que hoje pesava tanto.Deita-se sobre os braços começando a ler o que acabou de escrever :
Bombas explodem.
O mundo se transforma.
Viajo em busca de um lugar onde tudo ocorra normal.
Onde as pedras não flutuem e o céu não caia sobre nossas cabeças.
Tudo é tão longe.
Mas o que buscamos está aqui dentro.
Como arranca-lo?
Leva-lo para longe, ao mundo dos estranho.
Minhas mãos estão alcançando, mas existe algo que me puxa, me leva de volta e vira de novo tudo o que era.
O caminho é tão longo que pareço nunca alcança-lo.
Minhas mãos estão perto.
Algo falta para chegar no lugar certo.
Uma parte está pedirda no céu que cai sobre nossas cabeças.
Tudo está caindo sobre mim, sobre vocês.
Quando eu conseguir alcançar não somente com as minhas mão , mas com todo o meu corpo principalmente minha mente voltarei para lhe contar o caminho.

Mas hoje não é como um desse dias que se passam na escola, onde nas aulas irritantes de inglês ela se desabafa no primeiro espaço branco que vê.Hoje o dia foi desinteressante.Sua cabeça pesada tenta mostrar a todos um texto que ela escreveu,faz mil e um planejamentos para esse seu grande texto escrito a um dia atrás. Mas hoje o que lhe preoculpa tanto é essa incerteza da vida. Suas palavras não saem, seus dedos não seguram o lápis e as páginas brancas de seu caderno não instigam a escrever uma palavrinha.Seu único prazer hoje é pensar e ler um livro interminavel.Sua capacidade é tão pequena que nunca termina de ler um livro.Seu desespero é tão grande que escreveria em toda a parede branca do quarto de seus pais, pois o seu quarto é azul. Azul não lhe chama atenção, parece já ter sido preenchido.O som da música que toca na sala de sua casa, faz sentir em seu coração um grande aperto, parece que alguém amassa com força seu coração pulsante de angústia. Uma dor que ela gosta de sentir. Esse sentimento só trás esse prazer por vir de uma das músicas que ela mais gosta, que lhe faz viajar a mil. The End, The Doors. Engraçado, a vida dela é formada por músicas.As músicas fazem sua vida, pra cada momento ela pode oferecer um refrão. Agora se embestou a procurar novos horizontes. Acha estar muito presa ao grande rock'n roll.Procura ouvir mais MPB, Chico Buarque, Djavan, até alguns sambas de um certo amigo.Mas essa música que toca na sala, é a única que leva muito além, meche com o seu interior, revela alguém que ela não conhece.Não quer descobrir. Só reconhece quando põem-se a beber com os amigos e ouvir o "grande e velho rock'n roll".Nesses dias que ela tem parado para pensar vem um grande medo dela morrer sozinha.Pensa que quando se desfazer dessa vida cercada por seus pais,poderá acabar em um prédio no centro da cidade deitada em sua cama entre quatro paredes brancas, onde a cada dia ela preencheria uma parte da parede com seus versos impuros, cheios de indignação com sigo mesma.Sendo a mesma menina de sempre.

3 comentários:

Merik disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Merik disse...

Andresa Muito bom, gostei, parece você =P, apesar de eu nao conhecer muito você, masi ficou bom, você esta de parabéns, continue assim.
Bjs

.devaneios. disse...

Eu conheço uma pessoa que reclama quando alguém escreve na carteira, sabe...
Talvez essa pessoa sou eu :D

Sempre estarei ao seu lado, nem que for pra reclamar quando você transcrever seus pensamentos em mesas, cadeiras, etc.